11/03/25
A Bióloga e pesquisadora Milena Soares foi eleita membro da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS), tornando-se imortal no cenário científico global. Em entrevista ao G1 Bahia, ela compartilhou sua trajetória e destacou a importância da ciência para a sociedade.
Natural do Rio de Janeiro, Milena iniciou sua formação em Biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas há mais de 20 anos atua na Bahia. Atualmente, é professora titular do Instituto Tecnológico em Saúde do Senai Cimatec e pesquisadora titular do Instituto Gonçalo Moniz, da Fiocruz Bahia.
Seus estudos são voltados para doenças negligenciadas, como leishmaniose e doença de Chagas, além de pesquisas sobre terapias celulares e gênicas. Seu objetivo é desenvolver tratamentos acessíveis a toda a população, independentemente da classe social.
Para ser eleita membro da TWAS, Milena foi indicada pela Academia Brasileira de Ciências, precisando apresentar um dossiê detalhado sobre seus estudos, além de cartas de recomendação de cientistas reconhecidos mundialmente. “Acredito que minha ênfase em projetos que impactam diretamente a sociedade foi um fator determinante para essa indicação”, afirmou a pesquisadora.
A TWAS foi fundada em 1983, na Itália, por um grupo de cientistas do mundo em desenvolvimento, incluindo brasileiros, sob a liderança de Abdus Salam, ganhador do Prêmio Nobel. Associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a TWAS é uma das mais importantes redes globais de cientistas e organizações que trabalham para promover a ciência nos países em desenvolvimento. A organização busca apoiar a prosperidade sustentável por meio de pesquisa, educação, política e diplomacia. Seus membros são oriundos de mais de cem países, sendo a grande maioria de nações em desenvolvimento. Os demais são cientistas e engenheiros de países desenvolvidos cujos trabalhos tiveram um impacto significativo no mundo em desenvolvimento.
Apesar do reconhecimento internacional, Milena alerta para os desafios enfrentados pela ciência, como a falta de incentivo financeiro e a desmotivação de jovens pesquisadores. “O Brasil tem dificuldades, mas ainda está à frente de muitos países em desenvolvimento. No entanto, minha maior preocupação é a queda no interesse pela carreira científica. Precisamos melhorar as condições para atrair mais pessoas para a pesquisa”, concluiu
Fonte: G1 Bahia