20/03/19
Com objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da vacinação, o Conselho Federal de Biologia lançou nesta quarta-feira (20) a campanha “Não é só a felicidade que prolonga a vida. Vacine-se”. A campanha foi criada devido à preocupação com o crescente boicote à vacinação no Brasil, o que tem deixado sob alerta autoridades e instituições da área da saúde devido ao risco de reintrodução de doenças já eliminadas ou erradicadas no país, como é o caso de poliomielite, sarampo e rubéola.
Profissionais e pesquisadores da saúde, como os Biólogos, advertem sobre o problema, já que crianças não vacinadas podem acabar disseminando doenças em locais de circulação comum, como escolas, shoppings e áreas de recreação, causando surtos. Além da vacinação de crianças, a campanha reforça a necessidade de adultos e adolescentes se vacinarem, assim como idosos e gestantes.
Segundo o Ministério da Saúde, a queda na cobertura vacinal ocorre desde 2016, e as principais causas vão desde a desinformação gerada por boatos e fake news, que atribuem às vacinas graves efeitos colaterais ou nenhuma funcionalidade, até o desaparecimento atual de algumas doenças, o que acaba reduzindo a preocupação com as mesmas. Ainda de acordo com o Ministério, o aumento do fluxo migratório da população nacional e internacional é outro fator de risco para a volta de doenças graves, como tem sido observado em países antes considerados livres dessas doenças.
Preocupado com esse cenário, o Ministério da Saúde lançou uma campanha, em outubro de 2018, mostrando histórias impactantes sob o mote: “Porque contra arrependimento não existe vacina”. A campanha consistiu em peças publicitárias com casos reais de pessoas que sofrem pela não vacinação.
O comprometimento do programa brasileiro de imunizações também levou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a publicar uma matéria intitulada “E agora, Zé?”, alertando para a ameaça real de retorno de doenças comuns do passado. A mesma preocupação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a listar a relutância em vacinar como uma das 10 principais ameaças para a saúde em 2019.
Conforme a OMS, essa hesitação em vacinar, mesmo quando a medicação está disponível, poderá reverter progressos alcançados na imunização e prevenção de doenças. A organização explica que, atualmente, previne-se cerca de 2 a 3 milhões de mortes por ano por meio da vacinação, considerada uma das formas de maior custo-benefício para evitar doenças. Além disso, cerca de 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura de vacinação tivesse maior abrangência global.
Dentre as principais razões listadas pela OMS para que as pessoas relutem em vacinar estão a “complacência”, a “inconveniência” no acesso às vacinas e a falta de confiança: “Os profissionais de saúde, especialmente os que fazem parte das comunidades, continuam sendo os conselheiros e influenciadores mais confiáveis nas decisões de vacinação e devem ser apoiados a fornecer informações confiáveis e de credibilidade sobre as vacinas”.
Biólogo, participe, divulgue a campanha e faça parte dessa transformação.
Calendário Nacional de Vacinação
CRIANÇA
Para vacinar, basta levar a criança a um posto ou Unidade Básica de Saúde (UBS) com o cartão da criança. O ideal é que toda dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de saúde para atualizar as vacinas. A maioria das vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a crianças. São 12 vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade em 25 doses
Ao nascer:
* BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea – dose única
* Hepatite B – dose única
2 meses
* Pentavalente – previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por HiB – 1ª dose
* Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – previne poliomielite ou paralisia infantil – 1ª dose
* Pneumocócica 10 Valente – previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 1ª dose
* Rotavírus – previne diarreia por rotavírus – 1ª dose
3 meses
* Meningocócica C – previne a doença meningocócica C – 1ª dose
4 meses
* Pentavalente – previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por Haemóphilus influenzae tipo B – 2ª dose
* Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – previne a poliomielite ou paralisia infantil – 2ª dose
* Pneumocócica 10 Valente – previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 2ª dose
* Rotavírus – previne diarreia por rotavírus – 2ª dose
5 meses
* Meningocócica C – previne doença meningocócica C – 2ª dose
6 meses
* Pentavalente (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por HiB) – 3ª dose
* Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 3ª dose
9 meses
* Febre Amarela – dose única (previne a febre amarela)
12 meses
* Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 1ª dose
* Pneumocócica 10 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – Reforço
* Meningocócica C (previne doença meningocócica C) – Reforço
15 meses
* DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – 1º reforço
* Vacina Oral Poliomielite (VOP) – (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 1º reforço
* Hepatite A – dose única
* Tetra viral ou tríplice viral + varicela – (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora) – Uma dose
4 anos
* DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – 2º reforço
* Vacina Oral Poliomielite (VOP) – (previne poliomielite ou paralisia infantil) – 2º reforço
* Varicela atenuada (previne varicela/catapora)
ADOLESCENTE
A caderneta de vacinação deve ser frequentemente atualizada. Algumas vacinas só são administradas na adolescência. Outras precisam de reforço nessa faixa-etária. Além disso, doses atrasadas também podem ser colocadas em dia. Veja as vacinas recomendadas a adolescentes:
9 a 14 anos
* Meninas HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) – 2 doses com seis meses de intervalo
11 e 14 anos
* Meninos HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) – 2 doses com seis meses de intervalo
11 e 14 anos
Meningocócica C (doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C) ? Dose única ou reforço
10 a 19 anos
* Hepatite B – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
* Febre Amarela – 1 dose se nunca tiver sido vacinado
* Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
* Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – 2 doses, a depender da situação vacinal anterior
* Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose a depender da situação vacinal – A vacina Pneumocócica 23V está indicada para grupos-alvo específicos
* Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
ADULTO
É muito importante que os adultos mantenham suas vacinas em dia. Além de se proteger, a vacina também evita a transmissão para outras pessoas que não podem ser vacinadas. Imunizados, familiares podem oferecer proteção indireta a bebês que ainda não estão na idade indicada para receber algumas vacinas, além de outras pessoas que não estão protegidas. Veja lista de vacinas disponibilizadas a adultos de 20 a 59 anos:
20 a 59 anos
* Hepatite B – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
* Febre Amarela – dose única, verificar situação vacinal
* Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) – se nunca vacinado: 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos);
* Dupla adulto (DT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
* Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose é indicada para grupos-alvo específicos a depender da situação vacinal
IDOSO
São três as vacinas disponíveis para pessoas acima de 60 anos, além da campanha de vacinação contra gripe:
60 anos ou mais
* Hepatite B – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
* Febre Amarela – dose única, verificar situação vacinal
* Dupla Adulto (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
* Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – reforço a depender da situação vacinal – A vacina está indicada para grupos-alvo específicos, como pessoas com 60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e/ou em instituições fechadas.
GESTANTE
A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir doenças para si e para o bebê. Elas não podem tomar as mesmas vacinas que qualquer adulto e, portanto, têm um esquema vacinal diferenciado. Veja as vacinas indicadas para gestantes.
* Hepatite B – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
* Dupla Adulto (DT) (previne difteria e tétano) – 3 doses, de acordo com a situação vacinal
* dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – previne difteria, tétano e coqueluche – Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto).
=> Clique aqui e confira também o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas
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