24/04/18
Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade estarão em destaque em Belém, no período de 07 a 10 de agosto de 2018. Denominado “Belém+30”, o maior evento na área vai reunir o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, o XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia e a I Feira Mundial de Sociobiodiversidade, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia.
O evento, realizado pela Universidade Federal do Pará – UFPA, Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG e Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), é promovido pela Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE).
O Belém+30 vai reunir participantes de todos os continentes, incluindo pesquisadores acadêmicos, representantes de ONGs e agências de governos, ativistas, líderes e representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais de diferentes países, além de estudantes de todos os níveis de formação. Os membros das duas sociedades participantes (ISE, SBEE) incluem profissionais de todas as áreas do conhecimento, sobretudo antropólogos, arqueólogos, linguistas, biólogos e ecólogos de reconhecida liderança nas suas respectivas disciplinas, e que representam diversas abordagens teóricas e metodológicas.
No grande encontro entre os povos indígenas, populações tradicionais, pesquisadores e a população em geral, os participantes irão socializar os avanços científicos, éticos e jurídicos, ao longo das últimas três décadas, relacionados ao conhecimento ecológico tradicional dos povos indígenas. O evento também vai debater e alertar sobre as grandes ameaças atuais à sociobiodiversidade do planeta.
XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia
30 anos após a primeira edição, ocorrida em 1998, o Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia voltará à Belém. No primeiro evento, foi elaborada a Declaração de Belém por pesquisadores das ciências sociais e naturais, ambientalistas e representantes indígenas de 25 países, que se encontraram para discutir interesses comuns. Na época, os especialistas debateram os estudos sobre as formas como os povos indígenas e os camponeses percebem, usam e gerenciam os recursos naturais de maneira única, além do desenvolvimento de programas sobre a conservação da diversidade biológica e cultural. Assim, os etnobiólogos relataram, na Declaração de Belém, as principais precupações da época, incluindo o desaparecimento de florestas tropicais e outros ecosistemas, a ameaça de extinção a diversas espécies de plantas e animais e, ainda, a perturbação e destruição de culturas indígenas ao redor do mundo. O documento reconheceu a conexão entre a diversidade biológica e cultural, destacando o papel fundamental dos povos indígenas e comunidades tradicionais para a conservação ambiental do planeta e chamando atenção para os processos mútuos de ameaça aos povos tradicionais, suas culturas e aos territórios onde eles habitam física e simbolicamente. Além disso, o Congresso, realizado há 30 anos, resultou na criação da Sociedade Internacional de Etnobiologia-ISE, que desde então, a cada dois anos, promove eventos mundiais em diferentes países, incluindo China, Índia, Peru, Canadá, França, Butão e Uganda.
Em 2018, com o tema central "Belém +30. Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade três décadas após a Declaração de Belém”, o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia vai comemorar os 30 anos da ISE e, principalmente, refletir sobre as repercussões da Declaração de Belém, trinta anos depois. O evento celebrará os avanços nas pesquisas desenvolvidas mundialmente em etnobiologia e etnoecologia, em consonância com os interesses dos povos indígenas e, ao mesmo tempo, pretende debater sobre os novos desafios para os direitos dos povos indígenas e outras comunidades tradicionais e as ameaças atuais à conservação e uso sustentável da sociobiodiversidade.
Para a organização, trazer o evento mundial de volta a cidade de origem, Belém do Pará, garante maior acesso e divulgação da produção científica sobre a Amazônia, ampliando as possibilidades de intercâmbio, socialização e diálogo sobre os conhecimentos, métodos e maneiras de desenvolver pesquisa, em parceria com povos indígenas e outras comunidades tradicionais do mundo, além dos centros de pesquisa internacionais.
Programação
Em quatro dias de evento, o público poderá participar de palestras magnas de diversos especialistas e lideranças indígenas renomadas, como o cacique Raoni, do povo Caiapó, que já é presença confirmada. Também serão realizadas sessões acadêmicas organizadas em torno dos eixos temáticos do evento que são: Conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade: aspectos jurídicos, éticos e econômicos; Mudanças globais: percepções e ações locais; Sociobiodiversidade e segurança alimentar; Ecologia histórica e a ontologia de paisagens; Medicina tradicional, cosmologia e biodiversidade; e, ainda, Manejo e conservação da biodiversidade: diálogos de saberes e experiências.
A programação inclui também mesas de trabalho, sessão de pôsteres com prêmios para as melhores contribuições, mini-cursos no primeiro dia do evento para alunos de graduação e pós-graduação. E, ainda, a primeira feira mundial com produtos da sociobiodiversidade, além de programação cultural com danças e artes dos povos e comunidades tradicionais, e uma exposição no Museu Emílio Goeldi sobre o legado do antropólogo Darell Posey, pioneiro na etnobiologia no Brasil e na organização do primeiro congresso em 1988. Na programação pré-evento, de 4 a 6 de agosto, estão previstas visitas a diversas comunidades tradicionais no entorno de Belém, uma oportunidade de experiência para os participantes com o turismo de base comunitária.
Inscrições
O prazo para submissão de propostas para sessões organizadas, oficinas, mini- cursos, lançamento de livros e festivais temáticos de filme encerrou no dia 20 de fevereiro de 2018. Já as submissões individuais (apresentações orais, pôsteres, filmes, performances) seguem até o dia 15 de abril de 2018. Não é necessário fazer a inscrição para submeter propostas. As submissões devem ser feitas no endereço eletrônico www.ise2018belem.com. As inscrições para o evento também já estão abertas, no mesmo site, e o prazo com desconto especial encerra no dia 30 de abril.
Serviço: Belém + 30
XVI CONGRESSO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE ETNOBIOLOGIA
XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA
I FEIRA MUNDIAL DA SOCIOBIODIVERSIDADE
Data: 07 a 10 de agosto de 2018.
Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia, Belém – PA.
Submissões de trabalhos individuais: prorrogado para 30 de abril.
Inscrições com descontos especiais: até 30 de abril.
Mais informações, acesse: www.ise2018belem.com
Fonte: Belem+30