28/06/21
O Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biologia (Sistema CFBio/CRBios) realizou na manhã desta segunda-feira (28/06) a apresentação “O Biólogo no mercado de trabalho da Botânica”, integrando a programação do 71º Congresso Nacional de Botânica (71 CNBot) e XIII Encontro Regional de Botânicos do Centro-Oeste (ENBOC), que acontecem entre os dias 27 de junho e 02 de julho de 2021.
Para avançar nas discussões, participaram da apresentação a Bióloga e Conselheira do CFBio Lídice Paraguassu, a Bióloga Marília Silva Mendes e o Biólogo Gustaaf Henricus Winters, abordando temas como empreendedorismo, paisagismo, consultoria ambiental na Botânica e a atuação do Sistema CFBio/CRBios.
Em sua fala, a Conselheira do CFBio, Lídice Paraguassu, explicou sobre o funcionamento e o papel dos Conselhos de Biologia, as áreas de atuação de Biólogos e as frentes de trabalho do profissional na Botânica, entre as quais estão inventario florestal, avaliação de impacto ambiental, elaboração de pareceres e avaliação e monitoramento de agroecossistemas.
Consultoria ambiental
A Bióloga Marília Mendes também abordou atividades na área Botânica, com enfoque na consultoria ambiental. No âmbito dos estudos ambientais, ela destacou que Botânicos podem atuar na elaboração dos relatórios Ambiental Simplificado (RAS), de Controle Ambiental (RCA), de Impacto Ambiental (RIMA), de Avaliação do Desempenho Ambiental (RADA) e do Plano de Controle Ambiental (PCA).
Dentro dos estudos preliminares e de planejamento, Marília Mendes destacou atividades como coordenação e composição de equipes multidisciplinares, elaboração de estudos de pré-viabilidade ambiental, análise ambiental integrada, sensoriamento remoto e geoprocessamento, análises de paisagem e conectividade e no uso do solo e cobertura vegetal. Já em relação a estudos para análise do órgão ambiental licenciador, a Bióloga elencou a atuação profissional em: caracterização e diagnóstico da flora; elaboração de laudos e pareceres; inventário florístico, fitossociológicos e florestal; estudos de similaridade; avaliação e análise de impactos ambientais; proposição de medidas mitigadoras; compensações ambientais; e planos de recuperação de áreas degradadas.
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Marília Mendes enfatizou ainda que Biólogos da área da Botânica participam da execução de programas e projetos ambientais, seja no gerenciamento ambiental de obras, em programas de educação ambiental, em compensações ambientais, em manejo, resgate e conservação da flora, em viveiragem e produção de mudas de espécies nativas e na execução e acompanhamento de plantios.
Apesar das diversas oportunidades na Botânica, a Bióloga alertou quanto a desafios na consultoria ambiental, pouco explorada pelos programas de graduação em Ciências Biológicas. Segundo ela, outra dificuldade está na falta de intimidade do Biólogo com o arcabouço legal e em fragilidades na própria legislação vigente, constituída de termos subjetivos ou equivocados e devido à impossibilidade de aplicação de algumas diretrizes. Outro fator elencado por Marília está nas variações do mercado em função das potencialidades de cada região.
Paisagismo
O Biólogo Gustaaf Winters abordou a atuação de profissionais na Botânica com enfoque na área do paisagismo que, segundo ele, “é uma especialidade transdisciplinar de Arte e Ciência que tem por objetivo ordenar o espaço exterior em relação ao homem e aos demais seres vivos, garantindo a sustentabilidade e a garantia de vida para as futuras gerações”.
Em 2017, o CFBio editou a Resolução Nº 449, que regulamentou a atuação de Biólogos na área de Paisagismo. No texto, a resolução reitera que o “Biólogo é o profissional legal e tecnicamente habilitado a atuar em atividades de Paisagismo como autônomo ou em empresas públicas e/ou privadas, especializadas na elaboração e implantação de projetos de paisagismo, devidamente registradas junto às autoridades competentes, bem como na execução, assessoria e consultoria de projetos, implantação e manutenção de jardins, parques, praças ou outras áreas verdes públicas ou privadas, bem como no treinamento e capacitação de pessoal”.
Winters reforçou, ainda, a importância do paisagismo para o bem-estar das populações, para a redução da criminalidade e para a recuperação e preservação do meio ambiente e da biodiversidade. “Furto e roubo estão diretamente relacionados à falta de verde”, concluiu.
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