23/04/21
Entre tantas especialidades, as Ciências Biológicas também contemplam a Medicina Nuclear, área na qual são utilizados materiais radioativos produzidos para fins médicos, contribuindo com o diagnóstico e o tratamento de doenças. É essa a função do Biólogo Sandro Araújo (CRBio 92.310/05-D), que atua na área há 14 anos. Desde 2016, o profissional faz parte da equipe de Medicina Nuclear do Real Hospital Português, em Recife/PE, com atuação de destaque.
Ainda em 2001, Sandro Araújo se interessou pela Biologia e iniciou o curso de Ciências Biológicas. E a curiosidade sobre a Medicina Nuclear surgiu a partir da provocação de um dos professores na faculdade.
“O mestre Sófocles Medeiros, professor de Química Orgânica, falou sobre a utilização da radiação ionizante na medicina e na conservação de frutas e verduras. Isso chamou minha atenção e fiquei interessado em trabalhar com radiação. Então, a partir daí, surgiu a oportunidade de ter o contato com a Medicina Nuclear”, relembrou.
O interesse possibilitou que, em 2006, o Biólogo estagiasse no laboratório Cerpe Diagnósticos. Isso fez com que a sua trajetória profissional fosse alterada dentro das Ciências Biológicas. Em 2008, após concluir o curso superior, ele se registrou no CRBio-05 e logo foi contratado como funcionário do Cerpe, função que lhe abriu portas.
“Graças a minha experiência, fui trabalhar em João Pessoa, na Paraíba, com a missão de inaugurar um serviço de Medicina Nuclear com a equipe médica do serviço, mas minha vontade sempre foi voltar para Pernambuco. Então, em 2016, pude retornar ao ser contratado pelo Real Hospital Português para trabalhar com uma equipe fantástica de Medicina Nuclear. Um time que conta com o corpo de médicos, seis Biólogos especializados na área, técnicos em radiologia, técnico em enfermagem e enfermeiros”, destacou.
O Biólogo, na Medicina Nuclear, atua na preparação de radiofármacos, manipulação, injeção dos radiofármacos, preparação de exames, processamento e administração de doses terapêuticas e ablativas de iodo 121 para tratamento de câncer de tireoide, bem como com lutécio 177 para tumores neuroendócrinos.
Em Pernambuco, existem nove centros de Medicina Nuclear, sendo três públicos e seis privados. Nesses espaços, cerca de 80% dos serviços contam com a atuação de Biólogos. “É um número considerável de clínicas para o Estado, mas ainda é muito carente porque a maioria está concentrada no Recife”, analisou.
“O Nordeste tem um bom número de clínicas de Medicina Nuclear comparado a outras regiões do Brasil. Com a evolução de novas pesquisas e o desenvolvimento de equipamentos, há uma perspectiva de haver mais vagas para os Biólogos. As clínicas estão investindo em equipamentos de ponta e novas pesquisas para detectar doenças como o câncer no estágio inicial. Isso tudo leva as empresas a contratarem novos profissionais especializados e que chegam com muita vontade de trabalhar”, completou.
Com cada vez mais espaço, o Biólogo também atua na produção de radioisótopos, realizando pesquisas e produção de radioisótopos para venda. Pernambuco, inclusive, conta com o Centro Regional de Ciências Nuclearas do Nordeste (CRCN/NE).
“A nossa profissão, aos poucos, está sendo mais valorizada. Temos uma gama de possibilidades e a Medicina Nuclear também é uma área de atuação. Foi uma escolha que fiz lá atrás e não me arrependo. Que tenhamos cada vez mais Biólogos nesta área e em outras que estamos aptos”, concluiu Sandro Araújo.
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Reportagem do CRBio-05, regional com jurisdição em PE, CE, MA, PB, PI e RN.