12/11/12
Criação e recriação
Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2012 vai para biólogo que abriu caminho para a reprogramação celular e para médico que tornou possível a criação de células-tronco sem o uso de embriões.
Por: Sofia Moutinho
O japonês Shinya Yamanaka e o inglês John B. Gurdon levaram o Nobel por mostrarem que células adultas podem ser reprogramadas para virar qualquer tecido do corpo. (fotos: Instituto Nobel)
As células-tronco são mais uma vez o tema do prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia. O inglês John Gurdon e o japonês Shinya Yamanaka dividirão este ano o prêmio de R$ 2,6 milhões por estudos que mostraram que células maduras e especializadas podem ser reprogramadas para dar origem a qualquer tipo de tecido, descoberta que promete mudar os rumos de tratamentos de diversas doenças.
Em 2007, o Nobel também foi para pesquisadores que estudaram as células-tronco. O inglês Martin J. Evans e os norte-americanos Mario R. Capecchi e Oliver Smithies ganharam o prêmio por experimentos com camundongos transgênicos que lhes permitiram descobrir como manipular geneticamente células-tronco embrionárias.
Agora, o reconhecimento vai para Gurdon, que abriu caminho para os estudos sobre células-tronco em 1962, quando o termo ainda nem existia. Na época, ainda estudante de graduação em biologia da Universidade de Oxford, o cientista descobriu que a especialização das células é reversível.
A pesquisa de Gurdon, além de ser um marco no estudo das células-tronco, possibilitou a clonagem de mamíferos
Todos nós já fomos um aglomerado de células-tronco que se diferenciaram em células com funções específicas, como as nervosas e musculares, e formaram nosso corpo. Até a descoberta de Gurdon, pensava-se que esse era um caminho de mão única, que as células desenvolvidas não poderiam retornar ao estágio imaturo em que são pluripotentes, ou seja, que têm amplas possibilidades de diferenciação.
O cientista mostrou que isso era possível em um experimento clássico em que substituiu o núcleo de um ovo de rã pelo núcleo de uma célula intestinal madura de outra rã. O ovo se desenvolveu normalmente e gerou um girino normal, clone do segundo sapo. Isso mostrou que o DNA de uma célula madura guarda a informação necessária para gerar todas as células de um organismo. A pesquisa, além de ser um marco no estudo das células-tronco, possibilitou, mais tarde, a clonagem de mamíferos.
Mais informações e fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/premio-nobel-2012/criacao-e-recriacao
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