Oito exemplares de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) criados em cativeiro foram soltos na natureza no município de Curuçá, na Bahia, em junho. A liberação das aves – três machos e cinco fêmeas – foi um passo importante na tentativa de reintroduzir a espécie em seu hábitat original, a Caatinga.
Coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o projeto tem a participação essencial da organização não governamental alemã Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), que cuidou da reprodução das aves em cativeiro, e de pesquisadores brasileiros.
Em 2019, a espécie foi oficialmente considerada extinta da natureza pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), quase 20 anos depois de o último macho nascido na natureza ter desaparecido dos céus da Caatinga – e 200 anos depois de o naturalista alemão Johann Baptist von Spix (1781-1826) ter capturado um exemplar, descrito em 1832 pelo seu assistente, Johann Wagler (1800-1832).
A ararinha-azul desapareceu de seu hábitat original por causa de alterações na paisagem e do tráfico de animais silvestres. O trabalho para a reintrodução começou anos atrás, com a reprodução em cativeiro, na Alemanha, de exemplares comprados de colecionadores. Outras 12 ararinhas devem ser soltas até o final do ano.