30/10/19
O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia manifestam preocupação com o avanço das manchas de óleo em praias do Nordeste, cobram providências para identificação das causas e punição dos responsáveis e fazem um apelo aos governantes por ações efetivas para minimizar os impactos.
Tendo em vista a gravidade da situação, que deixa danos irreparáveis à população e ao meio ambiente, o CFBio tem acionado e mobilizado Biólogos. O Sistema CFBio/CRBios conclama ainda órgãos ambientais, universidades e institutos de pesquisa e da sociedade civil a se envolverem em ações para redução de danos.
O petróleo emulsificado, que contamina o litoral do Nordeste, é constituído de uma mistura complexa de moléculas com potencial elevado de toxicidade, incluindo os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), o que gera implicações desastrosas para os ecossistemas marinhos, para o meio ambiente e para a saúde da população.
São afetadas nesse caso não só as praias, mas também os bancos de algas, os recifes coralíneos e os manguezais. A presença de resíduos de óleo nas areias da praia libera ainda os HPAs, que são resíduos carcinogênicos e mutagênicos.
Além de causar mortalidade aguda na fauna e de apresentar riscos para a saúde da população, a mancha de petróleo modifica alimentação, navegação, material genético e reprodução de organismos, alterando significativamente as comunidades marinhas. Ao atingir a biodiversidade e desestabilizar o ecossistema, o vazamento de grandes proporções de petróleo reduz a produtividade desses ambientes e pode impactar aves e répteis que se alimentam de organismos marinhos contaminados nessas áreas.
Diante desse cenário dramático, o Sistema CFBio/CRBios ressalta a necessidade de direcionar esforços para a remoção do óleo, de modo a minimizar e/ou remediar os impactos sobre esses ambientes. Devem ser priorizadas, nesse caso, as áreas com presença de recifes, que funcionam como barreiras de contenção de ondas e também do óleo, bem como possuem importância socioeconômica e papel fundamental para a biodiversidade e para interação entre outros ecossistemas costeiros.