12/06/17
Gestão e inovação são atualmente as áreas mais promissoras para atuação do Biólogo no saneamento ambiental. É o que afirma o Prof. Dr. Murilo Damato, Conselheiro Federal coordenador da Comissão de Danos Ambientais e membro Comissão de Meio Ambiente do Conselho Federal de Biologia – CFBio.
Diante das últimas mudanças tecnológicas e gerenciais, segundo Damato, “o Biólogo vem progressivamente sendo incorporado nas equipes de saneamento, principalmente nas áreas técnicas. A perspectiva futura é da globalização. As principais áreas em aberto para todos os profissionais, inclusive o Biólogo, são as da gestão e inovação”.
De acordo com o Conselheiro, a questão fundamental a ser levantada é a da Saúde Pública. “A deficiência na implantação dos sistemas em todo o país compromete a saúde ambiental e da população impactando diretamente no Sistema Único de Saúde”, alerta.
O saneamento básico é assegurado no Brasil pela Lei Nº 11.445/2007, que o define como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Desse modo, o saneamento consiste no conjunto de ações adotadas para preservar ou modificar as condições do meio ambiente a fim de prevenir doenças e promover a saúde, melhorando a qualidade de vida da população. Tratam-se, portanto, de medidas que visam garantir o bem-estar físico, mental e social dos indivíduos.
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Biólogo no Saneamento Ambiental
O saneamento ambiental é uma das áreas de atuação do Biólogo, estabelecida pela Resolução CFBio Nº 227, de 18 de agosto de 2010. A atuação do profissional na área é garantida também pela legislação brasileira no art. 2º da Lei Nº 6.684/1979.
O Prof. Murilo Damato explica o diferencial do Biólogo em relação aos demais profissionais no saneamento: “O Biólogo tem trabalhando nos processos biológicos e microbiológicos da cinética de tratamento de efluentes e resíduos sólidos, bem como da remediação de áreas contaminadas além do controle de organismos patogênicos no sistema de tratamento de água. Mais recentemente podemos verificar que as questões relativas ao monitoramento ambiental e controle de poluição em mananciais superficiais e subterrâneos tem sido exercidos pelo profissional Biólogo”.
No entanto, diante da tendência de concessões das companhias de saneamento estaduais, as perspectivas futuras da profissão exigem novas habilidades. Conforme destaca Damato, cresce no mercado de trabalho a necessidade de profissionais capazes de trabalhar em equipes multidisciplinares. Além disso, esclarece, “a gestão do planejamento estratégico, e a visão sobre inovação seguramente serão os requisitos mais desejados dentro do processo de inovação”.
O professor elenca ainda pontos fortes a serem desenvolvidos pelo profissional para estar apto a atuar em grupos nacionais e internacionais: capacidade técnica, visão multidisciplinar, inteligência emocional, capacidade de inovar, visão do planejamento estratégico e capacidade administrativa.