2/09/16
Em homenagem ao Dia do Biólogo, matéria publicada no site da revista VEJA relembra grandes feitos da área que mudaram a história da humanidade.
Por Abril Branded Content | Marina Maciel
Apresentado por CFBio
1) Da Ciência para a História
Enquanto Alexandre, o Grande, expandia o que se tornou um dos maiores impérios do mundo, do Ocidente ao Oriente, seu professor, Aristóteles (384 a 322 a.C.), fazia também grandes contribuições para a Ciência e a História. Além de filósofo, Aristóteles foi autor de reconhecidas obras naturalistas, que documentaram cerca de 500 amostras de plantas e animais quatro séculos antes de Cristo.
O filósofo acreditava que conhecer a natureza era uma tarefa de grande importância para a humanidade. “As ideias, modelos e experiências desenvolvidas por Aristóteles ajudaram a moldar a história natural e a desenvolver a classificação do mundo natural”, explica o professor doutor José Luiz Goldfarb, especialista em História da Ciência.
Contemporâneo e colega de Darwin, Alfred Wallace (1823 a 1913) também desenvolveu teorias que apoiavam a teoria da evolução. Goldfarb comenta: “Ambos foram cientistas fundamentais, mas suas descobertas resultaram de processos da história e da cultura. Uma série de fatores corroborou para o desenvolvimento da teoria, inclusive as viagens europeias de reconhecimento do Novo Mundo. Se não fosse Darwin a lançá-la, seria outro”, acredita.
Não apenas a Biologia se apropriou das descobertas da seleção natural, mas o pensamento moderno como um todo, em diversas áreas do conhecimento. “As ideias de Darwin tiveram grande reflexo nas teorias econômicas e no pensamento liberal na época da Revolução Industrial”, conta o professor doutor Murilo Damato, especialista em Engenharia Hidráulica e Sanitária. “Ainda hoje, o mercado de trabalho estimula a competição e a lei do mais adaptado que sobrevive. A flexibilidade no ambiente de trabalho determina o profissional mais qualificado”, completa.
3) O monge e as ervilhas
Longe dos famosos jardins do Palácio de Versalhes, o pacato jardim do atual mosteiro de Brno, na República Checa, foi palco da descoberta da hereditariedade, teoria que hoje é pilar para projetos como a decodificação do genoma humano e a constante seleção artificial de alimentos.
Foi neste jardim que Gregor Johann Mendel (1822 a 1884) estudou a reprodução de ervilhas. Neste simples legume, Mendel viu uma espécie que se reproduzia rapidamente e com características marcantes, favorecendo a identificação dos genes. Apesar de sua obra ter sido publicada em 1865, foi apenas no século 20 que suas descobertas ganharam o devido destaque.
A teoria de Mendel junto com a seleção natural de Darwin consolidaram a base do nosso atual entendimento do que é a evolução da vida, escreve Charles van Doren em seu livro Uma Breve História do Conhecimento. Mestre em astrofísica e ex-editor da Encyclopædia Britannica, van Doren ainda afirma que Mendel foi o primeiro a perceber que a hereditariedade é muito mais complicada do que uma simples mescla de características do pai e da mãe de determinado indivíduo ? ela também é o meio pelo qual a vida evolui.
4) Lutando contra o invisível
O leite pasteurizado, facilmente encontrado nos mercados e vendinhas mais próximos de você, leva no nome uma homenagem ao cientista francês Louis Pasteur (1822 a 1895), que dedicou boa parte de sua vida à química e à microbiologia. Em 1864, munido de seu microscópio composto, Pasteur desenvolveu um processo de aquecimento e resfriamento que matava as bactérias que azedavam vinhos e cervejas. A pasteurização de alimentos utilizada hoje pela indústria alimentícia é derivada da descoberta de Pasteur.
Este simples procedimento, nas suas diversas variações, revolucionou a luta dos seres humanos contra os micróbios, formas de vida que são invisíveis a olho nu,desde a conservação de alimentos até a vacina, desenvolvida também pelo próprio Pasteur.
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