5/12/18
O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia manifestam preocupação com a desistência do governo brasileiro em sediar a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – COP-25, que será realizada de 11 a 22 de novembro de 2019. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, a candidatura do Brasil para sediar a COP -25 foi cancelada devido a restrições fiscais e orçamentárias e à transição ao novo governo.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 05 de dezembro de 2018, o Sistema CFBio/CRBio afirmou que a decisão poderá dificultar a “adoção de padrões de produção e consumo mais sustentáveis, resultando, assim, em menor eficiência e competitividade”, e reforçou que os compromissos assumidos com convenções internacionais se “sobressaem a uma política temporal de governo”.
Além disso, os Conselhos Federal e Regionais de Biologia salientaram, no documento, a importância do protagonismo do Brasil nas negociações e discussões climáticas e de um esforço dos países para evitar o aquecimento global.
Confira a nota, na íntegra, a seguir:
COP-25
CFBio/CRBios
Os Conselhos Federal e Regionais de Biologia (Sistema CFBio-CRBios) entendem como preocupante a desistência do governo brasileiro em sediar a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – COP-25 no ano de 2019.
É importante salientar que, desde sua criação durante a “Cúpula da Terra do Rio” (ECO-92) no Brasil, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima representa um esforço mundial para evitar o aquecimento global, tendo o Brasil se destacado na liderança das nações em desenvolvimento durante as negociações.
Nos últimos anos, a despeito da precária cooperação internacional, da falta de cumprimento das metas acordadas e de nossa crise econômica e política, o Brasil tomou decisões importantes e desenvolveu políticas públicas para a redução das emissões, combateu o desmatamento, investiu na produção agrícola sustentável e no uso da energia renovável.
A mudança da sede da COP-25 para outro país poderá dificultar a efetividade das organizações brasileiras na adoção de padrões de produção e consumo mais sustentáveis, resultando, assim, em menor eficiência e competitividade.
É de primordial importância que o governo federal reconheça e consolide os compromissos históricos assumidos pelo estado brasileiro com convenções internacionais propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificadas pelo Congresso Nacional, as quais se sobressaem a uma política temporal de governo.
O Brasil poderia se firmar como um importante protagonista nesse cenário e liderar o diálogo entre as nações Latino-americanas e Caribenhas nos temas de desenvolvimento sustentável e na implantação de uma agenda positiva de redução de emissões e de controle dos efeitos das mudanças climáticas.